Tio que torturou sobrinhos é condenado a 50 anos de prisão em Ponte Serrada
O tio do menino Lyan de Oliveira foi condenado a 50 anos de reclusão por torturar ele e outros quatro sobrinhos – com idades entre 2 e 10 anos – no município de Ponte Serrada. Ele vai cumprir a pena em regime inicial fechado e ainda deverá pagar R$ 20 mil de indenização para cada vítima.
O crime foi julgado pelo Tribunal do Júri da Comarca porque tem conexão ao homicídio de uma das crianças - o menino Lyan de Oliveira, de 2 anos - praticado pela esposa do condenado, que, por ter recorrido da sentença de pronúncia, deverá ser julgada em outro momento. Ela continua presa.
O crime
Conforme a denúncia, depois de terem sido deixados aos cuidados dos tios em Ponte Serrada, pela mãe que se ausentou, as cinco crianças passaram a sofrer constante violência física e mental.
De acordo com o apurado durante a instrução processual, os acusados agrediam os sobrinhos utilizando fio de TV, chinelo, sandália grossa, canos de PVC e cinto.
Tudo isso ocorria, segundo as investigações, porque os menores se sujavam de barro ao brincar na rua e, também, porque o mais novo não conseguia fazer as necessidades fisiológicas no vaso sanitário.
Além disso, os tios privavam as vítimas de alimentação adequada, fornecendo, por diversas vezes, apenas arroz e feijão nas refeições, além de obrigar os sobrinhos de 10 e 7 anos a realizarem serviços domésticos forçados.
O réu também amarrava as crianças em cadeiras e os amordaçava com fita isolante para não gritarem enquanto eram obrigados a assisti-lo agredindo Lyan.
Em fevereiro do ano passado, o homem colocou Lyan de cabeça para baixo no vaso sanitário para que ele se afogasse, também causando fratura no fêmur do menino. Ele precisou passar por cirurgia no hospital de Xanxerê.
Morte da criança
O menino Lyan foi morto no dia 5 de março do ano passado, por volta das 19 horas, pela esposa do réu. Nessa noite, a mulher, tia do menino, machucou a criança com chutes, tapas, socos e chacoalhões, causando o óbito por politraumatismo.
Entretanto, houve cisão do processo com relação a ela, após a defesa da mulher entrar com recurso da sentença de pronúncia, que ainda não foi analisado pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina.
*Informações Oeste Mais